Eu não sou doce. Na verdade, eu sou daquelas que mudam da água pro vinho em um segundo, daquelas que atiram as roupas para todos os cantos e depois têm preguiça de procurar. Há dias que prefiro o azul, outros, gosto mais do rosa, ou será que é do verde? Indecisa e um tanto insegura, o chão não parece estável, e eu tenho medo de afundar, ou de flutuar. Eu não sou doce, acho que doces atraem formigas, posso ser simpática, mas não o tempo inteiro, às vezes falo palavrões e te mando tomar naquele lugar onde o sol não bate. Nunca tenho roupas, e às vezes tenho até demais; ora gosto do colorido, ora prefiro o cinzento. A mesmice nunca me atrai, o comum nunca me seduz, gosto do diferente, do incomum, de aventuras. Ora, veja só, eu não sou um doce, eu sou uma composição química em constante mudança.
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